sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Impressões - Professora Irene de Oliveira Messias

Dez dias na Holanda

"Foram dez dias, todos de puro aprendizado, cultura, informação, conhecimento, novidades, expectativas, sonho, muito sonho, um dia melhor que o outro, quando pensávamos ter visto tudo, uma nova surpresa.

Os dias passaram-se rapidamente, todos ficavam eufóricos esperando pelo dia seguinte, sabíamos que novas informações, conhecimentos nos seriam acrescentados.

Eram muitas as indagações, tínhamos muitas perguntas, sobre: saúde, educação, trânsito, agricultura, industrialização, meio ambiente, moradia, administração, organização, trabalho, cultura, economia, desenvolvimento e outros.

A cada pergunta, uma resposta surpreendente, entretanto, melhor que as respostas era poder olhar, observar e conferir tudo de perto.

O fantástico do intercâmbio foi vivenciar, hoje, tudo que nos falarmos sobre a Holanda, ou a nossa realidade, temos nosso próprio ponto de vista, o que é muito importante.

Um país milenar, sim, mas que aprendeu e fez na raça, com guerra, sofrimento, experimento, etc. O intercâmbio proporcionou saber o que dá certo, agora mais que tudo precisamos ser insistentes para que melhorias aconteçam, na nossa prática, na educação brasileira, em Carambeí.

A maior alegria da viagem foi diagnosticar na prática, embora longe do Brasil, que minhas indagações estão certas, sempre acreditei que família, investimento, qualificação e valorização dos profissionais é importantíssimo no processo educacional, agora acredito e tenho certeza, pois é assim que funciona a educação na Holanda.

A família é parceira em tudo, é presente. Os profissionais são qualificados até para estabelecer relações com a família, a sala de aula é colorida e o tempo de aula é um diferencial para alunos e professores, o aluno construí e interage com o ambiente dia a dia, através de variados meios, como: livros, internet, cantinhos.
O sentimento de igualdade começa na escola, a criança, a família e o professor tem responsabilidade social dentro e fora. O ensino é obrigatório na infância e adolescência.
       
Todos os espaços mostram muito da educação na Holanda. No trânsito os maiores estacionamentos é para as bicicletas, na economia os salários fazem toda diferença, a pirâmide nas classes sociais é um referencial, igualdade de direitos e valores também.

O país é pura cultura, história, respeito às civilizações e a si mesmo, é um sonho real, todos tem moradia, saúde, educação e trabalho, vivendo assim todos se respeitam entre si.
       
O comércio, em alguns aspectos se parece com o nosso, é preciso cautela na hora de comprar, vestuário, calçados e outros, se compra bem quando pesquisa, embora a variação parecesse menor que a nossa.
       
Na saúde não existe filas. O trânsito é um sucesso, trens, bondes, carros, bicicletas, motos, metros, etc., tudo muito acessíveis a todos e tudo. Idade e deficiências não são empecilhos a ninguém, todos tem acesso a tudo.
       
Enfim, o país é um sucesso, imigrantes demonstram satisfação com o país e dizem: saudade sim, vontade de voltar definitivamente não.
       
A receptividade também é referencial, tive a sensação e quebrei de vez a ótica de um povo fechado, brasileiros e não brasileiros nos recepcionaram muito bem.
       
A visita a escola foi um sucesso, um diretor jovem, dinâmico, alegre, perspicaz, nos fez sentir em casa, respondeu a todas as nossas curiosidades sobre a educação.
       
A professora Maria Solange representará a grande saudade que teremos da receptividade naquele país, o jornalista e amigo Sjoerd além de dedicado e competente profissionalmente, foi além do exercício de suas funções.

Sjoerd que esteve conosco no Brasil e nos acompanhou em alguns momentos na sua terra natal, nos recepcionou de maneira fantástica. Além da companhia no Palácio Real de Dam, esteve conosco durante o último dia do roteiro, acompanhado da esposa Esther, na cidade de Amersfoort onde reside.

O jornalista é uma pessoa agradável, compromissado, companheiro e especial, além de nos acompanhar durante todo o dia em sua cidade, agendou com carinho passeio na torre de quase 100 metros, nos ofereceu jantar em sua residência, servindo panquecas com sabores típicos da Holanda e torta de maçã, seguindo a tradição do país.

Sjoerd, que morou e estudou no Brasil por um período curto de sua vida, aprendeu a língua portuguesa e fala muito bem, demonstra carregar na alma grande simpatia pelo Brasil. Sua esposa apesar de não falar nossa língua é uma pessoa agradável e alegre, se socializou bem conosco.

Finalizo com gratidão a todos que contribuíram com a viagem de intercâmbio, com as pessoas que nos possibilitou sentir-se bem naquele país, lembrando com carinho nossa tradutora Elizabeth, o chefe de gabinete Sr Mauricio, que demonstrou preocupação em todos os momentos, fazendo com que todos sentissem bem naquela terra, a Joana que teve um trabalho árduo, se preocupando com tudo e com todos, em todos os momentos, ao Robson que sofria com as pérolas da viagem, a todas as crianças que nos fez rir, enquanto morríamos de saudade de casa e de nossos filhos, a seu Osmar por ter acreditado no nosso trabalho e confiado em nós, a educação que também deu sua contribuição, aos pais dos alunos pela confiança de deixar seus filhos conosco durante esses dias, as pessoas que torceram e colaboraram incondicionalmente para que nosso projeto acontecesse, as escolas, enfim a todos que estiveram por perto e junto em alguns momentos.

Resta-nos a certeza de que não seremos mais os mesmos, continuaremos, com esperança, acreditando que tudo é possível para os que sonham e fazem do sonho uma realidade".